Sobre um riso leve, sobre um olhar distante ou sobre um pensamento profundo: suspiro.
Abro parênteses: os suspiros são a essência dos mais intensos segundos de existência. Os suspiros são a existência no exímio momento das vidas, das mortes. Fecho parênteses.
Nos braços de Otelo ela se embala. Se embala e se vai. Ela vai ao longe, ao lugar algum, ao lugar nenhum. Ela se faz Otelo, se faz possuidora de tudo, de nada. Ela se faz a essência pura da existência completamente embargada de tudo: tudo aquilo que compõe o nada, que compõe o infinito. Ela é parte do infinito absoluto. Ela é o silêncio infinito. Ela é sentimento infinito. Ela é nela e apenas Otelo a tem neste instante. [E neste instante ela é todas as dores do mundo.]
19.3.06
18.3.06
Instantes
Antes de ontem ví pela vez primeira a preciosidade de cada instante. Epifania! Cada segundo de existência se faz infinitamente intenso. São cores, olhares, trejeitos, sabores e contornos únicos. Talvez a beleza de se viver não esteja nas especiarias, mas nos corriqueiros e brejeiros instantes. Talvez devesse ter percebido isso antes. Talvez não.
A sombra dos nossos pés trazem a intensidade de marcas que não se vão. E trazem a beleza de terem acompanhado risos e choros únicos.
[....] Tenho que ir. Tati me espera para o cinema..
A sombra dos nossos pés trazem a intensidade de marcas que não se vão. E trazem a beleza de terem acompanhado risos e choros únicos.
[....] Tenho que ir. Tati me espera para o cinema..
Sazonal
Às vezes acho que tenho uma espécie de depressão sazonal. Uma depressão sazonal que é só minha. Ela é sazonal, mas não importa muito a estação. Hoje choveu. E ela veio. Mas se não tivesse chovido ela viria também. Na verdade só se faz sazonal porque eu a faço assim ( E só se faz depressão porque eu a faço assim também). Ela tem nome. E sobrenome.
Só há pouco identifiquei seu formato. São trejeitos específicos, todos seus. E a forma de me livrar dela já era conhecida: a forma de se ter vida, a forma de se ter liberdade. Mas não a possuo ainda.
Talvez uma dia não precise mais desta solução. Talvez um dia a consciência seja plena o suficiente para superar a presença destas torturas sem sentido. Talvez um dia, apenas.
Só há pouco identifiquei seu formato. São trejeitos específicos, todos seus. E a forma de me livrar dela já era conhecida: a forma de se ter vida, a forma de se ter liberdade. Mas não a possuo ainda.
Talvez uma dia não precise mais desta solução. Talvez um dia a consciência seja plena o suficiente para superar a presença destas torturas sem sentido. Talvez um dia, apenas.
9.3.06
ELA
Hoje ela acordou assustada. Ousaria dizer perdida, talvez. Na verdade acho que ela sequer dormiu de ontem para hoje. A miragem das longas horas dessa madrugada infame insistem em se fazer marca profunda. Risco intenso.
(...)
Ela se queda novamente embargada por silêncios profundos, imersa em olhares distantes. Ela se senta e se vai. Vai ao longe, ao lugar algum. Se perdendo em sua redoma de vidro, mais uma vez, ela mantém a incerteza de suas razões firme em sua essência. Se vai, apenas.
(...)
Acho que cansei de ser ela. E ela cansou de ser eu. Eu não trago mais sabores novos para a vida dela. Ela não proporciona mais poesias e reflexões para os meus dias. Nossa relação se tornou uma simbiose desgastante. Ela me desistimula. Eu a irrito.
Algumas sinfonias seriam necessárias para nossa despedida. E estou certa de que vivemos todas elas hoje. Ela não mais será parte de mim. E eu não mais serei parte dela. Insana delonga superada! Até que enfim, vale dizer.
Abro parênteses: esses traços de Guiomar, de Magdá, de Plath....já não fazem mais sentido em uma existência que urge em se tornar vida. Fecho parênteses.
(...)
Ela se queda novamente embargada por silêncios profundos, imersa em olhares distantes. Ela se senta e se vai. Vai ao longe, ao lugar algum. Se perdendo em sua redoma de vidro, mais uma vez, ela mantém a incerteza de suas razões firme em sua essência. Se vai, apenas.
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Acho que cansei de ser ela. E ela cansou de ser eu. Eu não trago mais sabores novos para a vida dela. Ela não proporciona mais poesias e reflexões para os meus dias. Nossa relação se tornou uma simbiose desgastante. Ela me desistimula. Eu a irrito.
Algumas sinfonias seriam necessárias para nossa despedida. E estou certa de que vivemos todas elas hoje. Ela não mais será parte de mim. E eu não mais serei parte dela. Insana delonga superada! Até que enfim, vale dizer.
Abro parênteses: esses traços de Guiomar, de Magdá, de Plath....já não fazem mais sentido em uma existência que urge em se tornar vida. Fecho parênteses.
Mudanças...
Quanta dualidade perpassando essa existência......
Não dá para saber ao certo se a vontade de prosseguir por tantos caminhos, outrora traçados, deve ser mantida ou simplesmente abandonada. Não dá para entender ao certo se o valor de um grito proferido do alto dos mais belos saltos existiria.
Para tanta incerteza, sobra a dúvida. Como se ela, e somente ela, reinasse até que algum posicionamento certeiro fosse tomado.
Abro parênteses: por que será que tomar uma atitude de mudança parece sempre tão difícil? Por que será que todas as vezes que o sonho de me mudar se faz mais próximo urge um aperto aqui dentro? Por que será que há tanta hesitação? Fecho parênteses.
Não dá para saber ao certo se a vontade de prosseguir por tantos caminhos, outrora traçados, deve ser mantida ou simplesmente abandonada. Não dá para entender ao certo se o valor de um grito proferido do alto dos mais belos saltos existiria.
Para tanta incerteza, sobra a dúvida. Como se ela, e somente ela, reinasse até que algum posicionamento certeiro fosse tomado.
Abro parênteses: por que será que tomar uma atitude de mudança parece sempre tão difícil? Por que será que todas as vezes que o sonho de me mudar se faz mais próximo urge um aperto aqui dentro? Por que será que há tanta hesitação? Fecho parênteses.
8.3.06
Início
Acho que criei um blog. Não sei ao certo como me "locomover" aqui dentro...
Na verdade o que queria era só dizer algo que me foge ao controle. Escrevo agora porque morreria se não tentasse impregnar de letras e cores estas páginas que se recusam em se fazer sentidas, que não são páginas sequer.
....
Um espelho sempre tem duas faces. A face de fora, a face de dentro. A face que se reflete, a que é refletida. Um espelho sempre traz em sua essência as existências que o compõe. [Meu espelho sou eu.] São minhas faces, minha existência. Conheci meia dúzia de duas ou três pessoas que são minha essência pura e doce, insana e livre. [Meu espelho são elas também.] Vários são os traços de existência que me compõe, mas nenhum deles me determina.
Na verdade o que queria era só dizer algo que me foge ao controle. Escrevo agora porque morreria se não tentasse impregnar de letras e cores estas páginas que se recusam em se fazer sentidas, que não são páginas sequer.
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Um espelho sempre tem duas faces. A face de fora, a face de dentro. A face que se reflete, a que é refletida. Um espelho sempre traz em sua essência as existências que o compõe. [Meu espelho sou eu.] São minhas faces, minha existência. Conheci meia dúzia de duas ou três pessoas que são minha essência pura e doce, insana e livre. [Meu espelho são elas também.] Vários são os traços de existência que me compõe, mas nenhum deles me determina.
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