Ainda não sei se quero falar muito, se
quero analisar muito. Ao refletir muito sobre as coisas que se passaram e que
transformaram a minha vida e minhas concepções de uma forma drástica e
permanente, sinto dor. Uma dor que não tem limites e que não se explica. E não
sei lidar com tanta dor. Sinto muito!
Talvez tenha sido para tentar evitar lidar
com essa dor que eu não tenha escrito no ano que se passou. Talvez tenha sido
para tentar fazer ela ir embora, para que nada tivesse acontecido. Uma vez que
você escreve ou diz o que aconteceu ou o que sente, parece que tudo se torna
mais real. E a realidade andou sendo extremamente cruel (to say the least!).
Porém, estes dias fiquei a estranhar a
ausência dos meus textos. Como o que eu sinto e penso sempre costuma ser
marcado por palavras escritas, fiquei com a sensação de que o ano que se passou
foi um hiato. Não que eu não tenha sentido ou pensado nada. Na verdade, eu
nunca senti e refleti tanto na minha existência!
A ausência de registros parece ser quase
uma metáfora da minha vida no período: um vazio. Um vazio de palavras, um vazio
de cores, um vazio dele. O ano que se passou foi infinitamente doloroso. E
tenho certeza de que esta dor, a dor de saber que meu irmão está no céu e não
mais aqui pertinho de nós, permanecerá. Mas o meu vazio de palavras não deve
perdurar. Sei que hiatos são coisas que ele jamais quis para mim ou para
aqueles que ele ama de forma sempiterna. E sei que palavras, reflexões, sonhos,
atos e felicidade são cruciais. E é por tudo isso que eu quero ser autora das
minhas palavras, dos meus sentimentos, do meu mundo. Para sempre.
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