Ela insiste em deixar de se desfazer
de uma caixa, de uma lembrança. Ela continua a imaginar que o tempo passa na
mesma velocidade de outrora – e que a velocidade que se modificou foi a dela. Ela relembra
sentimentos e cenas como se houvessem ocorrido hoje cedo. Mas a verdade é que
eles ficaram há muito em um passado distante. Ela tem dores familiares, criadas
por desesperos pretéritos, como se o passado e o presente se misturassem
sinestesicamente. Por vezes, acorda com pesadelos sombrios de coisas há tanto
acontecidas. E passa o dia a pensar que acontecem ainda.
Estranho como a volta do passado,
em uma forma inimaginável, foi capaz de fazer com que ela percebesse que as
coisas mudaram. E que não há porque ficar por se perguntar sobre motivos sem
sentido, sobre as razões ocultas desse pesado confronto: passado-presente. Em
verdade, ela acaba de perceber que o que restava compreender é que hoje não é
ontem, que as coisas não caminham mais na velocidade de outrora (nem deveriam
fazê-lo, vale dizer!) e que reencontrar-se não significa o retorno ao pretérito.
Em absoluto! Significa apenas descobrir uma nova forma de caminhar, de ver as
coisas, a vida.
2 comentários:
Adorei o texto, amada!
Saudades graaaandes de ti ;)
Beijos :*
Oi!
Obrigada pelo comentário lá no blog, e fiquei super feliz de saber que você gostou dele! O seu é fofíssimo, adoro esse layout, e menina! você escreve super bem. Fiquei boquiaberta lendo seu texto super bem escrito, que nem sei o que comentar. A única coisa que me veio à mente é: se um dia eu escrever igual a ela, estarei feliz e realizada! ^^
Beijos, e um ótimo final de semana!
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