21.5.12

Epifania! (21.05.2012)




Ela insiste em deixar de se desfazer de uma caixa, de uma lembrança. Ela continua a imaginar que o tempo passa na mesma velocidade de outrora – e que a velocidade  que se modificou foi a dela. Ela relembra sentimentos e cenas como se houvessem ocorrido hoje cedo. Mas a verdade é que eles ficaram há muito em um passado distante. Ela tem dores familiares, criadas por desesperos pretéritos, como se o passado e o presente se misturassem sinestesicamente. Por vezes, acorda com pesadelos sombrios de coisas há tanto acontecidas. E passa o dia a pensar que acontecem ainda.

Estranho como a volta do passado, em uma forma inimaginável, foi capaz de fazer com que ela percebesse que as coisas mudaram. E que não há porque ficar por se perguntar sobre motivos sem sentido, sobre as razões ocultas desse pesado confronto: passado-presente. Em verdade, ela acaba de perceber que o que restava compreender é que hoje não é ontem, que as coisas não caminham mais na velocidade de outrora (nem deveriam fazê-lo, vale dizer!) e que reencontrar-se não significa o retorno ao pretérito. Em absoluto! Significa apenas descobrir uma nova forma de caminhar, de ver as coisas, a vida.   


2 comentários:

Dry Santos disse...

Adorei o texto, amada!

Saudades graaaandes de ti ;)

Beijos :*

Gabi Orlandin disse...

Oi!
Obrigada pelo comentário lá no blog, e fiquei super feliz de saber que você gostou dele! O seu é fofíssimo, adoro esse layout, e menina! você escreve super bem. Fiquei boquiaberta lendo seu texto super bem escrito, que nem sei o que comentar. A única coisa que me veio à mente é: se um dia eu escrever igual a ela, estarei feliz e realizada! ^^
Beijos, e um ótimo final de semana!