5.12.12

Hoje




Do alto dessa cobertura eu ouço os sons de músicas e risadas animadas de uma festa qualquer. Eu não conheço os motivos ou os personagens desse evento barulhento. Sequer sei precisar de onde tais sons ecoam. Entretanto, tenho certeza de que eu queria estar lá. Nessa festa que ocorre agora, em todas que ocorreram na minha vida e nas que ocorrem por aí -- e que sequer me pertencem.

Eu consigo ver meu corpo se balançando nos altos saltos que adornam os meus pés. Sim, os saltos altos que te faziam dizer que minha altura se exagerava ao seu lado. Os saltos que te faziam jurar que eram os devidos para andar no frio. Os saltos que me deixavam encantada, que faziam com que me sentisse encanto. 

E eu dançaria, incessantemente, ao ritmo da música. E não me importaria se você afirmasse que esses sons sequer são músicas. Ou se você insistisse para que eu usasse esmaltes de outra cor ou pedisse que eu fizesse passos para músicas Venezuelanas ou sei lá o que. Eu me acabaria na liberdade de uma noite bem dançada, de uma festa bem aproveitada.

E eu chegaria em casa com um rubor bem meu, dormiria ao lado de uma pelúcia qualquer e saberia que no dia seguinte – assim como em todos os demais – eu poderia fazer o que fosse necessário para alcançar meus objetivos, para realizar os meus sonhos.

Hoje eu tenho dúvidas. Não consigo ao certo saber onde foram parar tantos sonhos bem sonhados, tanta força bem direcionada.

Hoje meus pés gostam mais de sapatilhas e meu corpo prefere as noites carregadas de bons filmes e jantares. Hoje eu sei o que é o amor com suavidade, o amor com maturidade. Hoje eu não mais tenho medo de ser impulsionada a largar tudo por aquele sonho da criança estranha que fui -- aquela que queria falar húngaro.

Hoje eu sei muito bem onde eu quero ficar. Mas o lugar onde quero estar tem que ter as gargalhadas das festas que eu fui. Tem que ter a segurança de que a minha cama estará lá a me aguardar no final do dia. Tem que ter um balanço no quintal. Ou um banco. Ou sequer um meio fio. Qualquer coisa que possa me fazer saber que tenho onde parar para refletir. Ou para conversar. O lugar onde eu quero estar guarda a possibilidade que eu descubra a resposta para as dúvidas que tenho hoje e que encontre os meus sonhos. O lugar onde eu acredito que pertenço tem o poder de me trazer de volta para aquilo que fui e de me levar para o que serei. 

1.12.12

Resenha: "A escolha" (Nicholas Sparks)


2 comentários


"A escolha" foi o primeiro livro de Nicholas Sparks que li. Eu recebi o livro para ler e resenhar através do booktour promovido pelo blog da super fofa Endry. Foi o meu primeiro booktour e amei a experiência! *Obrigada, querida!* 


O livro conta a história de Travis e Gabby, dois vizinhos com personalidades bem diversas, mas apaixonados por cachorros. Na verdade, a história toda se desenrola a partir dos bichinhos (mas não vou detalhar como, para evitar spoilers). Os personagens principais são muito bem construídos e não tem como não gostar deles. Gabby é bem controlada, faz o tipo certinha. Já Travis gosta de uma aventura, do imprevisível. Mas devo confessar que a personagem que mais gostei do livro foi Stephanie, a irmã inteligente, cheia de vida e de ótimas tiradas de Travis.        


O livro é repleto de reviravoltas e eu, como boa curiosa que sou, entrei em um ritmo frenético de leitura para ver se chegava logo ao final da história. Mas já vou logo dizendo: valeu a pena aguardar cada linha para ver onde tudo iria chegar!  :)


Durante toda a leitura eu fiquei com a impressão de que Sparks permeou o prosaico com um toque de conto de fadas para criar "A escolha". Para quem gosta de uma leitura leve e bem apaixonante, o livro é ideal!