1.10.12

Hoje



Hoje eu acordei dispersa. Aquela dispersão gélida, que fica a congelar seus membros todos, a cantar vitórias sobre os compromissos do seu dia. Hoje eu acordei distante. Distante de ti, distante de mim. Hoje eu acordei com retoques de um apertinho de ontem, com um embargo sem sentido. Hoje eu acordei querendo colo. Colo que aquece e derrete toda a dispersão siberiana, colo que me torna única. Hoje acordei espinhenta. Possivelmente macularia a inigualável maciez do teu abraço cálido com lágrimas torrenciais. Sinto tanto por tudo isso.      

Tic tac ...


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Em alguns momentos o tempo insiste em se fazer diverso. Basta olhar para o lado e lá vem ele, fugaz, querendo derrubar qualquer resquício de doce memória ou de incongruência. Mas com um sorriso apenas, com um brilho no canto dos lábios, ou mesmo com um farfalhar de borboleta, eu me torno capaz de fazer o tempo parar. E nesses momentos, com contornos de epifania e de eternidade, eu faço do meu tempo o mais sublime do mundo, o mais memorável.

Hoje as horas passam felizes, me fazem guardar com força as reminiscências de cada detalhe. Hoje o relógio bate forte e me faz antever as grandes doçuras do mundo, todos os sonhos que ainda hei de sonhar. Hoje as horas me lembram que são preciosas, que são sempre únicas e que eu devo fazer delas um infinito azul. Também hoje, eu insisto em lembrar que devo muito agradecer, devo muito rodopiar e cantarolar. Hoje a vida lá fora me faz recordar que tenho novas possibilidades, que guardo do passado o que faço ficar e que guardarei do futuro o que ousar realizar. Hoje tenho nos dedos as horas que este dia me proporciona, na cintura uma saia pronta a esvoaçar e levo nas pernas a branca meia com rendas de princesa. No olhar eu levo a doçura do foco que apenas decidi almejar e, na ponta dos pés, os passos prontos a trilhar. Apenas. 

(Escrito em 06/09/2012, um lindo e perfeito dia para celebrar!)